terça-feira, 20 de março de 2007

Crime e Castigo


Freqüentando fóruns e comunidades virtuais de bibliófilos tenho percebido a veneração de certos leitores por Dostoiévski. Li testemunhos em tópicos como "Quais são os 3 livros que você pretende ler novamente" ou "Quais livros marcaram sua vida" que, com freqüência, citam Crime e Castigo, O Idiota, Os Irmãos Karamazov e outras obras do autor em sua lista de preferidos.

Dostoiévski é um marco na vida de qualquer leitor. Depois de lê-lo tornamo-nos, de certa forma, mais exigentes.

Após dois recomeços e quase dois meses, entre os estudos para a prova de certificação que farei em breve, concluí a leitura de Crime e Castigo.

Oscilando entre momentos de lucidez e delírio na São Petersburgo pós-revolução industrial, o estudante Raskólnikov planeja o assassinato de Aliena Ivánovna, usurária (agiota). Após a execução do plano, sofre com as perseguições de sua própria consciência e o medo de que alguém o denuncie. O livro, realista, faz uma profunda análise da alma e instintos humanos sob dificuldades extremas (essa é a especialidade do autor).

Gostei da edição "de bolso" da Martin Claret. Há alguns erros, especialmente nas últimas 100 páginas, que não chegam a incomodar. As notas de rodapé são úteis e bastante esclarecedoras.

O problema de associar e memorizar os personagens, que às vezes são referenciados por dois ou três nomes diferentes e sem aviso, pode ser resolvido anotando separadamente o(s) nome(s) de cada um deles e seu relacionamento. Aliás, essa é uma boa prática para qualquer leitura.

A imagem acima é do filme Crime and Punishment, de 1935. Essa escada eu imaginava no sentido contrário. Veja mais no youtube.

Ótimo livro. Leria novamente.

Nota 9.

Capote


Ontem foi a vez de Capote, que conta os bastidores de In Cold Blood (A Sangue Frio), famoso livro-reportagem de Truman Capote.

O jeito extremamente peculiar de Capote chamam atenção do início ao fim do filme e dão uma certa graça ao personagem. A voz e a interpretação do ator já fazem valer o filme (também garantiram vários prêmios de Melhor Ator).

O livro fala dos acusados pelo assassinato de quatro pessoas e foi escrito paralelamente ao julgamento, condenação e execução dos assassinos. A afeição por um dos condenados deixa Capote em uma situação difícil. Essa relação e a forma como o livro é escrito torna-o particularmente importante para os estudantes do jornalismo, citado com freqüência nas universidades em discussões sobre o relacionamento jornalista/fonte.

É um bom filme, assistiria novamente, mas não me motiva a procurar o livro.

Nota 7.